Um estudo publicado no periódico médico americano Obesity analisou a progressão da osteoartrite no joelhos de indivíduos com sobrepeso e obesidade que ganharam ou perderam peso durante o período da pesquisa.
Os prejuízos da obesidade para a saúde humana são objeto de estudo em várias áreas das ciências médicas, evidenciando-a como fator de risco para doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e osteoartrite. Sabe-se que a perda de peso pode prevenir o início da osteoartrite e o ganho de 5 quilos de peso pode aumentar o risco da doença em até 26%.
Em abordagem inédita, o referido estudo investigou as associações entre ciclagem de peso e degeneração da articulação do joelho em indivíduos com sobrepeso ou obesidade com diferentes padrões de mudança de peso ao longo de 4 anos, por meio da análise de dados clínicos e de imagem de 4.796 pessoas.
No montante de 2.271 participantes do estudo; 249 foram categorizados como ciclistas com variabilidade de Índice de Massa Corpórea –IMC e 2.022 foram categorizados como não ciclistas, ou seja, os ciclistas são o grupo que apresentou oscilação de peso frequente.
A ressonância magnética teve um papel fundamental no método do estudo, pois por meio desse exame de imagem, consegue-se avaliar a degeneração do tecido mole do joelho, alterações ósseas relacionadas à osteoartrite e também anormalidades da medula óssea. Dados de arquivos como medições anuais de IMC e questionários sobre a dor no joelho, também contribuíram significativamente para os apontamentos realizados.
Por estudos anteriores sabemos que mudanças na carga mecânica e metabólicas provocadas pelo crescimento do tecido adiposo favorecem a ação inflamatória nas articulações. Outro dado que deve ser levado em consideração é a elevada taxa de proteína C reativa em indivíduos com variação de peso. Essa condição também pode acentuar o risco de inflamação articular local e, com isso, o desenvolvimento da osteoartrite.
As conclusões indicam que não foram encontradas diferenças significativas na taxa de alteração da espessura da cartilagem entre ciclistas e não ciclistas. No entanto, o grupo de ciclistas apresentou aumentos significativamente maior em
anormalidades da cartilagem e na medula óssea ao longo de 4 anos, comparado aos ciclistas,independente do ganho e perda de peso.
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